Foto: Agência Brasil
Na última semana, o dólar alcançou o maior valor da história em comparação com a moeda brasileira desde a criação do Plano Real. Mas a cotação pode não ter alcançado, ainda, os mesmos parâmetros dos vividos pelos brasileiros em 2002, quando a moeda norte-americana chegou a R$ 3,99. Segundo o economista Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos, se for considerada a correção pela inflação no Brasil e nos EUA, o dólar teria que valer mais do que o recorde registrado, de R$ 4,24. Ao Estado de S. Paulo, Cabral explicou que se a cotação fosse atualizada com base no IPCA (inflação oficial do Brasil) e do CPI (índice de preços americano), ela teria que chegar a R$ 6,88 para representar a mesma pressão no câmbio. Já com base no IGP-M (índice de inflação calculado pela FGV) e o CPI, o valor nominal seria de R$ 7,46. “Hoje, o País tem reservas internacionais, naquela época não tinha. Além disso, o Lula era uma incógnita, enquanto hoje você sabe quais são os problemas”, comparou. “Há uma dor de cabeça? Sem dúvida. Mas todos sabem os motivos”, complementou. Mesmo assim, para o superintendente regional de câmbio da SLW Corretora, João Paulo de Gracia Correa, a crise atual “é mais assustadora”. “Isso porque o pessoal que tinha mais esclarecimento em 2002 sabia que havia um exagero, que não fazia tanto sentido ter tanto medo do PT. Tanto é que, antes da posse e depois dela, o mercado foi se acomodando. Hoje é diferente. Há pânico porque você não sabe se a Dilma terminará o mandato ou não, se terá apoio no Congresso ou não”, avaliou.
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