Foto: Vagner Campos/ A2 FOTOGRAFIA
Após dois dias seguidos de chuvas intensas, o Sistema Cantareira registrou nesta sexta-feira (15) a maior alta desde o início da crise hídrica. O nível do manancial subiu 1,3 ponto porcentual - o recorde anterior era 0,7 ponto, em 7 de dezembro de 2015 - e atingiu 35,2% da capacidade, ainda considerando as duas cotas do volume morto das represas. Em 24 horas, o Cantareira recebeu 14 bilhões de litros de água da chuva e de seus afluentes, quase metade do que entrou durante todo o mês de janeiro de 2015, o mais seco da história do manancial. O volume é suficiente para abastecer cerca de 5 milhões de pessoas por dez dias ou para encher 5,6 mil piscinas olímpicas. Segundo Pedro Côrtes, professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em recursos hídricos, as chuvas constantes que têm caído no manancial desde outubro do ano passado ajudaram a encharcar o solo que estava seco e anular o chamado "efeito esponja", aumentando a vazão afluente. Só nos últimos dois dias o sistema recebeu 62,2 milímetros de chuva, 43% do que já choveu até agora (143,6 mm) e 24% do esperado para todo o mês (264 mm). "Realmente, o volume afluente tem sido muito grande pela sequência de chuvas no manancial. Esses dias nublados e chuvosos têm sido propícios para recarregar o lençol freático e aumentar o estoque de água nos reservatórios. Certamente isso é consequência de um El Niño (fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico) de forte intensidade, mas que tende a acabar por volta de maio", explica Côrtes.
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