Foto: Agecom Salvador
O aplicativo Citta Mobi, lançado em setembro deste ano pela prefeitura de Salvador para permitir que os usuários informem ocorrências e avaliem o serviço prestado pelos ônibus na capital baiana, foi baixado por 536 mil usuários até dezembro. De acordo com o secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, o número representa um recorde de downloads de programas referentes a sistema de transporte público em um período menor que seis meses. Neste intervalo, foram registradas 20 mil interações dos usuários, sendo apenas 234 acionamentos do “botão do pânico”, como foi apelidado o botão de Incidente Grave, que permite notificar casos como assaltos, acidentes. “Não é só o botão do pânico, o aplicativo é uma ferramenta onde o usuário é protagonista, ele avalia o sistema para gente. Tivemos mais de 20 mil interações, eles informam as condições do ponto de ônibus, como o motorista do carro tal está dirigindo, se está parando no ponto. O botão de pânico, a notificação do assalto em si é muito pouco para o tamanho do aplicativo”, avalia Mota. Entre as notificações do botão, foram 62 de assalto, porém, apenas 4 eram de fato verdadeiras – muitas se tratavam de testes ou trotes. “Grande maioria eram de trotes, casos concreto foram quatro. Porque uma dificuldade que temos é que a gente encaminha para o 190. Não temos lá dentro, o que é o nosso sonho, um preposto da polícia. Então a gente encaminha para o 190, como se fosse qualquer pessoa normal. Mas acompanhamos o caso”, afirma o secretário. A favor da Semob, há o Centro de Controle Operacional (CCO) e o monitoramento de 100% da frota por GPS, que permitem verificar com câmeras o que ocorre no entorno da localização do ônibus – um alarme falso de colisão, por exemplo, pode ser confirmado por meio dos dois instrumentos. Também foram denunciados sete casos de assédios sexuais, além de 149 acidentes e 45 casos de violência, no qual se enquadram, por exemplo, brigas entre usuários, ou ainda conflitos entre funcionários das empresas e usuários. De acordo com Mota, o aplicativo tem sido usado para fazer intervenções no sistema. O titular da pasta cita o caso de uma linha que recebeu mais de 80 notificações por conta da espera nos pontos de ônibus, o que levou à operadora a ser convocada para solucionar as queixas. Reduzido o intervalo entre os coletivos de 30 para 15 minutos, a Semob recebeu 40 elogios por meio do Citta Mobi. “São 536 mil fiscais de transporte público”, afirma Mota, para completar. “O aplicativo está sendo base de várias modificações, nem só de linhas. Isso é importantíssimo. Temos um núcleo específico no CCO para tratar disso. O núcleo recebe, encaminha para nossa diretoria de Transporte, e resolvemos. Entendo que o usuário tem muito mais conhecimento sobre o cotidiano do que qualquer técnico da secretaria”, observa.
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