A candidata do PSB para a Presidência da República, Marina Silva, admitiu que a formação da chapa do partido com o deputado federal Beto Albuquerque apresenta contradições, em entrevista ao Jornal Nacional, na Rede Globo, nesta quarta-feira (27). “Temos uma posição diferente em relação a transgênicos e células-tronco, mas trabalhamos juntos no congresso em diversas medidas quando estava à frente do Ministério do Meio Ambiente”, disse a postulante.
Marina também aproveitou para fazer uma pequena propaganda de si mesma, ao afirmar que essa era a sua oportunidade para mostrar que é capaz de comungar com políticos de opiniões contrárias às dela, na sua auto-declarada “Nova Política”.
A candidata também declarou que desconhecia as informações de que o avião utilizado por ela e Eduardo Campos era proveniente de transações que envolveram laranjas e que não havia sido declarada ao Tribunal Superior Eleitoral. “Nós tínhamos a informação de que era um empréstimo que seria ressarcido no prazo legal, ou seja, até o encerramento da campanha, e que esse ressarcimento seria feito pelo comitê do candidato”, minimizou. De acordo com ela, o caso está sendo investigado internamente pelo partido e pela Polícia Federal, pois “é de nosso interesse que essa ela seja feita com rigor para que não seja feita injustiça com a memória de Eduardo”.
Segundo a presidenciável, o discurso que ela vem defendendo em relação à uma postura ética por parte dos políticos não entra em contradição com a utilização do jatinho. “Esse é o discurso que eu venho utilizado para todas as situações, não como retórica, mas como desejo de que isso de fato aconteça. A verdade não virá pelas mãos do partido e nem também pelas declarações da imprensa. Ela terá que ser aferida pela Justiça Federal. O compromisso é com a verdade”, disse Marina.
Perguntada sobre o baixo número de votos que ela consegue em seu estado natal, o Acre, a presidenciável não poupou rivais políticos. “Eu fui senadora, acho que você [a jornalista Patrícia Poeta] tem um certo desconhecimento da minha história política. Não sou filha de empresário ou de antigos políticos. No Acre é preciso ter relações pra ser eleito. Ser dono de uma grande rede de comunicações para se defender. Não é culpa dos acreanos, mas sim das circunstâncias”, finalizou.
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